Eva Luna

"Pensei que enquanto pudéssemos permanecer calados era como se nada se tivesse passado, o que não se nomeia quase não existe, o silêncio vai-o apagando até o fazer desaparecer." Isabel Allende

quarta-feira, março 07, 2007

"A Imortalidade"

(...)Imagina que vivias num mundo onde não existiam espelhos. Sonharias com o teu rosto, imagina-lo-ias como uma espécie de reflexo exterior do que houvesse em ti. E depois, supõe que, aos quarenta anos, te mostravam um espelho. Imagina o teu pavor, terias visto um rosto totalmente estranho. E terias percebido nitidamente aquilo que te recusas a admitir:
o teu rosto não és tu. (...)

Milan Kundera

5 Comentarios:

At 08 março, 2007 10:24, Blogger dulcineia said...

este post é muito bonito. Milan Kundera, o poder das palavras no seu expoente máximo. muito bom, gostei bastante deste post, até porque me fez lembrar que não leio nada de MK há muito tempo, ultimamente é só fantasia...

 
At 08 março, 2007 10:42, Anonymous Anónimo said...

Lindo!
Gostei muito!
Já o ditado diz que "quem vê caras não vê corações"!

 
At 08 março, 2007 13:13, Anonymous Anónimo said...

Talvez o mundo fosse um lugar mais tranquilo, e as pessoas vivessem mais felizes, se não houvesse espelhos. Tudo o que sentimos, o nosso estado de espírito, depende apenas de nós, do que temos dentro, e não dos reflexos que vemos à nossa volta. É no que está dentro de nós que temos de nos concentrar, para aceitarmos o que a vida tem para dar, de bom e de mau. Se calhar conseguindo-se isso já possamos aceitar a imagem que vemos no espelho. Seja ou não a que idealizamos é a nossa e temos de a aceitar e saber ser felizes com ela, até porque é a imagem interior que temos de nós que vamos levar para a imortalidade.

 
At 08 março, 2007 17:13, Blogger marta cs said...

Tenho um grave problema em relação ao Kundera. À excepção de "A Vida Não é Aqui", li os livros TODOS dele (menos o último) de seguida, logo, misturo as histórias todas.

 
At 12 março, 2007 20:47, Blogger Su said...

Só passei para mandar um beijo.
Adoro este autor.

 

Enviar um comentário

<< Home